quarta-feira, 27 de abril de 2011

"A Europa e as Revoluções Árabes"

No próximo dia 13/05, sexta-feira, das 10h30 às 12h00, a PUC-SP promoverá palestra do Prof. Zaki Laïdi (Sciences Po, França) sobre o tema "A Europa e as Revoluções Árabes" (Campus Perdizes, Rua Monte Alegre 984, Auditório 239, 2o andar, Prédio Novo).

Á palestra será proferida em língua francesa, com tradução simultânea. Os participantes que necessitarem de tradução poderão chegar a partir das 10h00, para retirada dos fones.

Os interessados deverão acessar o link http://tinyurl.com/zakilaidipuc e preencher os dados requisitados. Serão fornecidos certificados de participação aos pré-inscritos.

O evento contará com o apoio da Aliança Francesa de São Paulo.

domingo, 24 de abril de 2011

Quando o remédio que cura pode matar

Semana passada o jornalista José Paulo Kupfer terminava uma matéria com a frase : "A mensagem é clara e socrática: tudo o que sabemos da economia internacional hoje é que nada sabemos". Hoje, Gavin Davies do Financial Times alerta para os perigos de um otimismo excessivo. (Leia a matéria na integra através do link: http://blogs.ft.com/gavyndavies/2011/04/13/the-perils-of-excessive-economic-optimism/).
Compartilho com a percepção de incerteza no ar de Kupfer e creio ser prudente não exagerar no otimismo.
A desorganização monetária causou e causa impactos diferenciados ao longo do mundo: elevações de preços (com consequentes revoltas, greves e manifestações públicas), desequilíbrios orçamentários, crescimento de dívidas, bolhas especulativas, etc.
Na Europa, colore as diferenças. Grécia e Portugal lidam com a dificuldade em administrar suas economias e dívidas. Alemanha e França se preocupam com o crescente custo de vida. Itália e Espanha temem um efeito contágio vindo de Portugal e Grécia.
As fórmulas que conhecemos para evitar crises, política fiscal e monetária expansionistas, parecem ser a causa das mesmas. É o princípio das vacinas antipeçonhentas (esse nome soa engraçado aqui...). O veneno, em pequenas doses, se transforma em antídoto e é usado para salvar vidas. Já em grandes doses.....

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Standard & Poors Reclassifica a Dívida Americana para negativa

A perda de dinamismo da Economia Americana resultou em crescentes déficits internos e externos. O financiamento destes déficits tem sido feito através de um mix: parte com emissões monetárias e parte com crescimento da dívida.
Para qualquer país, um crescimento da dívida está associado a um aumento da taxa de juros e um aumento do risco-país. O cálculo do risco-país mensura a diferença entre a taxa de juros de uma cesta de títulos emitidos pelo país em questão e a taxa de juros americana. Por definição, consideramos a economia americana, seus títulos e sua taxa de juros correspondentes a risco zero. A lógica está no fato de ser este o país emissor da moeda de reserva utilizada mundialmente.
No entanto, o crescimento dos déficits e dívidas norte americanos explicam tanto a crise em 2008 como , em parte, o crescimento dos preços das commodities recentemente (há neste ponto algum debate a respeito).
A desvalorização do dólar permitiria o financiamento da dívida e déficit interno e o aumento das exportações com redução das importações. Contudo, por ser o país emissor da moeda de reserva, os EUA não controlam sua taxa de câmbio. Uma desvalorização ou valorização é obtida através de acordos e esforços coordenados.
Hoje, uma desvalorização do dólar significaria uma valorização do EURO, do Real, do Iuane e do Ien entre outras moedas.
No caso da Europa, assistimos aflitos às dificuldades de contornar a crise para países como Portugal, Grécia, Espanha, Irlanda e Itália. Assim, uma desvalorização do dólar com consequente valorização do Euro desestimularia ainda mais as exportações destas economias, diminuindo o ritmo de crescimento do nível de atividade e a arrecadação tributária. Desta forma, uma desvalorização do dólar não é desejada pela União Européia e o acordo pela desvalorização se torna impraticável. Juntam-se às trincheiras européias economias como a Chinesa e a Brasileira. No caso do Brasil, há tempos tememos pelas consequencias da forte valorização do real: uma desindustrialização.
Diante deste quadro a agência S&P reclassificou como negativa a perspectiva de solução para a dívida americana no longo prazo. As medidas necessárias, como a desvalorização, o corte de gastos e/ou aumento na tributação tem impactos altamente indesejáveis seja para os americanos seja para as demais economias. O corte de gastos tem forte efeito recessivo. Uma contração no nível de atividade significaria uma contração das exportações e da economia chinesa e em cadeia para a economia mundial. O aumento da tributação possui efeito semelhante. Agrega-se a esta alternativa a dificuldade em escolher sobre quem recairia o esforço tributário: as corporações (com consequente perda de competitividade agravando o resultado do Balanço de Pagamentos Americano) ou as famílias (com impactos recessivos somados ao fato de ser esta a base de apoio do atual presidente da República dos Estados Unidos e candidato às próximas eleições).
Desta forma, os cenários são cada vez mais pessimistas. Resta saber como economias como a Européia, a Brasileira e a Chinesa vão conseguir enfrentar o que está por vir....

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Barueri

Ontem recebemos a Commissão de Avaliação do MEC. Estamos ansiosos por conhecer o resultado da avaliação.
Em especial, estou ansiosa por ver a divulgação deste blog entre os alunos e tê-los como parceiros neste curso!

MATERIAL DE ESTUDO

A idéia é trabalhar com diferentes métodos de ensino:

1) ESTUDO DE TEXTO
“É a exploração de idéias de um autor a partir do estudo crítico de um texto e/ou busca de informações e exploração de idéias dos autores estudados” Anastasiou, 2009, p. 87
2) ESTUDO DIRIGIDO
“É o ato de estudar sob a orientação e diretividade do professor, visando sanar dificuldades específicas.” Anastasiou, 2009, p. 91
3)ESTUDO DE MEIO
“É um estudo direto do contexto natural e social no qual o estudante se insere, visando a uma determinada problemática de forma interdisciplinar. Cria condições para o contato com a realidade, propicia a aquisição de conhecimentos de forma direta, por meio da experiência vivida.” Anastasiou, 2009, p.104
4)ENSINO COM PESQUISA
“É a utilização do ensino associados aos da pesquisa: concepção de conhecimento e ciência em que a dúvida e a crítica sejam elementos fundamentais; assumir o estudo como situação construtiva e significativa, com concentração e autonomia crescente; fazer a passagem da simples reprodução para um equilíbrio entre reprodução e análise”. Anastasiou, 2009, p.105
A preparação para a visita se dará através do estudo de texto onde o aluno deverá realizar a leitura de textos previamente indicados.
A realização das atividades do cronograma, através de estudo dirigido, objetiva permitir a realização de uma síntese como resultado da observação e reflexão dos alunos.
Pretende-se como síntese que o aluno reflita sobre suas percepções visuais, sensitivas, racionais ao longo do trabalho desenvolvido.
Ainda, pretende-se apresentar ao aluno uma oportunidade de construção de conhecimento através da investigação realizada passando da sincrese para a análise e síntese.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Material para o Curso

Estamos preparando um material para a preparação para o curso e outro de registro do curso!
Vale lembrar que é preciso que o estudante seja comprometido com leituras e tenha interesse por atividades de pesquisa, quer seja no âmbito estritamente acadêmico quer seja no âmbito de avaliação de ambiente de negócios!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Programa preliminar em Frankfurt/Heidelberg/Luxemburgo

Programa Preliminar (datas e atividades ainda não confirmadas)


12/01/2012 - Café da manhã no hotel em Frankfurt; Transfer em ônibus privado para Heidelberg (45 min); Visita pela manhã à empresa (a definir); Tour a pé na cidade de Heidelberg com o coordenador do grupo, almoço livre para explorar a cidade; Visita à Universidade de Heidelberg com palestra de 2 horas com professor convidado sobre o tema "Projections for the Global Economy until 2020"; Transfer em ônibus privado para Luxemburgo; Check-in no hotel.
13/01/2012 - Café da manhã no hotel em Luxemburgo; Visita pela manhã à The European Commission Eurostat Division (http://epp.eurostat.ec.europa.eu ); palestra à tarde com especialista em Economic Statistics.
14/01/2012 - Café da manhã no hotel em Luxemburgo; Dia livre; Transfer em ônibus privado às 15h00 para Estrasburgo; Check-in e orientação no Castelo de Pourtalès; Jantar e estadia no Castelo.

Em Lisboa, se a ajuda chegar, os políticos saem, pouco importa a eleição.....

Texto muito interessante sobre Portugal escrito pelo prof. Leonardo Trevisan publicado ontem em seu blog www.leonardotrevisan.com.br e reproduzido aqui com a devida autorização.

É curiosa a desatenção da mídia em relação ao caso Portugal. No sábado os ministros da Economia da zona do euro discutiram em Budapeste o dia inteiro o problema português. Uma única resolução foi tomada: o plano de austeridade que o Parlamento português rejeitou, e que derrubou o governo socialista de José Socrates, seria só o “ponto de partida”.

O eurogrupo apenas avisou que o ajuste fiscal que Portugal deverá fazer será quatro vezes maior do que o plano rejeitado de Sócrates.

Portugal pediu ajuda à União Européia esperando a mesma consideração dada a Grécia e Irlanda. No dia seguinte do pedido, a bolsa em Lisboa subiu. A realidade era bem diferente. O quadro mudou e muito na Europa, especialmente, na Alemanha. A Grécia é uma situação sem solução, sequer o tamanho do buraco é uma certeza. A Irlanda depois de receber US$ 119 bilhões da UE e FMI, elegeu um governo que denunciou o acordo feito e há duas semanas pediu mais US$ 50 bilhões para salvar seus bancos.

Portugal saiu da reunião com os ministros na Hungria sem um único centavo de ajuda. E com um ameaça muito concreta: o país será o exemplo do cansaço da Europa rica com os desatinos e desvios da Europa pobre. A festa parece ter acabado exatamente “na vez de Portugal”.

A Europa, leia-se a Alemanha, cansou. Em 1992 foi estabelecido o teto de 3% do PIB para o déficit público dos países do bloco. Os economistas alemães mostram que esse teto foi rompido 97 vezes desde então e nada aconteceu com os governos gastões.

Há um dado brutal que uma matéria do El País escancarou no domingo: “os políticos terão de ceder o comando em Portugal”. Foi isso exatamente que foi dito ao primeiro demissionário Sócrates. A ajuda só virá, se for independente do resultado das eleições.

O custo dessa concessão será imprevisível. A Europa não repetirá o erro cometido na Irlanda.

O dinheiro, ou a promessa dele foi feita antes das eleições. O novo governo de Dublin afirma que o acordo não foi assinado por ele e não o cumprirá. Portugal tem eleições em 5 de junho. Em 6 de maio está marcada um greve geral no país.

Os 10,6 milhões de habitantes sabem que a dívida do país dobrou nos últimos dez anos até atingir 97% do PIB. Tudo bem, é metade da dívida pública dos EUA, menor do que a da Inglaterra, mas… o resumo da situação na matéria do El País é dramático: Portugal tem o pior índice de crescimento econômico dos últimos 90 anos, a pior dívida pública dos últimos 160 anos, o pior desemprego dos últimos 30 anos, 11,3%, a segunda maior onda migratória de seus melhores quadros dos últimos 150 anos, e a pior taxa de poupança interna do último meio século. A dívida externa líquida é de 110% do PIB.

O drama descrito é imenso, mas esses dados bastam. Há seis meses, o governo socialista cortou em 10% os salários do funcionalismo, demitiu ministros, e reduziu pensões. Desde a redemocratização de 1975, Portugal já pediu ajuda ao FMI por três vezes. O ajuste não perdura. A desordem das finanças públicas é crônica.

Os economistas independentes em Portugal não cansam de repetir os mesmo números: há 600 órgãos públicos incluindo direções gerais e regionais, fundos diversos, que sobrepõem funções que custaram em 2010 nada menos que cinco bilhões de euros ao Tesouro. É a quantia que se calcula o estado receberia se aumentasse o IVA, como já sugeriram o FMI e a EU. A íntegra do artigo do El País está no endereço:

http://www.elpais.com/articulo/economia/politicos/ceden/mando/Portugal/elpepieco/20110410elpepieco_1/Tes

As condições do plano de ajuste já decidido pelo FMI, que será feito independente da vontade dos eleitos em 5 de junho, incluirá aumento de impostos, eliminação de benefícios fiscais, novos cortes de salários do funcionalismo e demissão de empregados públicos dos órgãos a serem extintos. Sem esquecer, profundas mudanças na lei trabalhista, que é a mais inflexível de toda a eurozona.

Algumas vozes em Portugal garantem que esta será a grande oportunidade para uma reforma do estado português adiada por muitas décadas. É possível. Porém, quando se perguntar aos 600 mil desempregados que Portugal já tem, se esse é o melhor caminho, com certeza eles não concordarão

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Projetos em Cooperação com a Comissão Européia - Ministério da Industria e Comércio Exterior

Texto extraído de www.desenvolvimento.gov.br

Apresentação
A União Européia é fruto do processo de integração, iniciado após a II Guerra Mundial, que tem como objetivo assegurar a paz no continente europeu. Possui uma grande diversidade cultural, que está distribuída nos seus 25 Estados-membros, os quais estão unidos sob os mesmos valores de liberdade, democracia, manutenção da paz, progresso social e econômico, respeito à pessoa e primazia do direito sobre a força.

Entre os Estados-membros da UE há livre circulação de bens, pessoas e capitais, graças ao esforço conjunto em alcançar políticas comuns. A introdução do Euro como moeda única em 12 Estados da União foi outro fator de unidade intra-bloco, rumo a uma maior integração econômica e política.

Para garantir a execução das metas almejadas e assegurar seu pleno funcionamento, a UE conta com uma série de instituições como a Comissão Européia, o Conselho da União Européia, o Parlamento Europeu, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas e o Banco Central Europeu. Sua estrutura é semelhante a um Estado. Porém, cabe ressaltar, a soberania de cada Estado-membro é preservada.

O mercado consumidor europeu atinge aproximadamente 500 milhões de habitantes. A UE é o destino mais importante para as exportações do Brasil, e o maior investidor no país. A UE vem igualmente afirmando-se no cenário mundial como um importante bloco político, no momento em que seus 25 Estados-membros falam através de uma só voz.

Em relação à cooperação com os demais países, a UE está consciente dos desafios relativos aos seus objetivos de obtenção da paz e progresso num mundo com tantas desigualdades. Por este motivo, a UE atua intensamente em projetos que buscam acelerar o desenvolvimento econômico, cultural e social dos povos, em todos os cantos do mundo, inclusive no Brasil.

A cooperação entre a União Européia e o Brasil possibilita a realização de vários projetos em temas prioritários como o desenvolvimento social, fortalecimento das relações empresariais e a proteção ambiental. Destacam-se o apoio ao Programa Piloto para Conservação das Florestas Tropicais Brasileiras (PPG7), a ajuda técnica e financeira às populações desfavorecidas das regiões norte e nordeste e de grandes cidades brasileiras, projetos de desenvolvimento em ciência e tecnologia e o apoio à internacionalização às pequenas e médias empresas brasileiras.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, através da Secretaria de Inovação, conduz a implementação de dois projetos oriundos dessa cooperação:

a) Redes de Centros Tecnológicos e Apoio às PME Brasileiras: objetiva intensificar o intercâmbio e a cooperação entre parceiros tecnológicos e empresariais brasileiros, e entre estes e entidades homólogas européias, com vista ao aumento da qualidade e inovação tecnológica de produtos e processos nos setores industriais de plásticos e eletroeletrônicos,

b) Apoio à Inserção Internacional das PMEs Brasileiras: objetiva promover e apoiar a expansão e a diversificação das exportações das PME's brasileiras, com ênfase particular em produtos de maior conteúdo tecnológico.

Para obter informações adicionais sobre a União Européia: acesse o "link": www.delbra.cec.eu.int.

Paridade dos Juros

Será que a elevação dos juros pelo BCE ajuda a diminuir o fluxo de dólares para o Brasil e, com isso, amenizar a apreciação do Real?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quando elevar a taxa de juros?

Anos atrás, li um artigo sobre escolhas de política monetária entitulado "The conduct of Monetary Policy" escrito por Charles Goodhart, publicado no The Economic Journal, em junho de 1989. Nele, o autor relatava as dificuldades em se empreender de forma eficaz o controle da base monetária, do multiplicador, de diferentes agregados monetários e das expectativas.
Pensando um pouco na experiência brasileira, penso em como é difícil a gestão da política monetária. Lembro que durante o Plano Cruzado, a rápida monetização da economia mostrou que o M1 não foi um bom indicador antecedente. Depois, durante o Plano Collor, percebemos que o M4 também não estava exatamente relacionado com a evolução dos preços na economia. Claro que à época a indexação plena e a regulamentação criavam um cenário peculiar. Mas, também ficou claro que mesmo o controle do multiplicador bancário não permitia obter como resultado o controle de preços com crescimento econômico.
O regime de metas, ao vincular a taxa de juros ao crescimento do núcleo da inflação pareceu permitir um controle mais eficiente da política monetária. Em princípio, sendo a Selic utilizada para calcular os encargos da dívida mobiliária, o grande problema residia no fato de ao elevar juros para controlar preços, elevávamos também o custo da dívida interna. Contudo, uma mudança no perfil da dívida, trocando títulos pós-fixados por títulos pré-fixados, permitiu desvincular parcialmente a condução da política monetária da política fiscal.
Atualmente, o aumento de juros provoca outro impacto indesejado. Agora, o crescimento dos juros leva a uma excessiva valorização do real e prejudica a exportação brasileira de produtos manufaturados. Desta forma, o Banco Central brasileiro optou por adotar neste ano o que chamou de medidas macroprudenciais - redução de prazos para empréstimos, elevação do compulsório entre outros - para evitar o crescimento dos preços sem com isso elevar os juros e colher como resultado a indesejada valorização do real.
Mas, na Europa a condução da política monetária enfrenta outros problemas. O crescimento recente dos preços de commodities no mercado internacional e, em especial o crescimento dos preços de energia acendeu o farol vermelho e levou o BCE no mês passado anunciar a probabilidade de elevação dos juros.
Hoje, esse anúncio se concretizou em um aumento de 1% para 1,25% da taxa de juros. Países como Alemanha e França que possuem saldos confortáveis na conta corrente do balanço de pagamentos devem receber com alegria o anúncio da medida contracionista. A queda ou controle dos preços permite a manutenção dos ganhos reais e evita o descontentamento inerente a uma perda do poder de aquisição. Mas, para países como Portugal, Espanha, Grécia, Irlanda e Itália (países que chamamos de PIIGS), o crescimento dos juros deve acender outro farol vermelho. Os PIIGS estão fortemente endividados. Em grande parte foi a crise financeira internacional que precipitou a dificuldade de rolagem da dívida. Com a crise, a queda nas exportações e as ações de política fiscal expansionista, ampliou a necessidade de financiamento destas economias e apontou para um aumento expressivo no risco de financiá-los. O aumento no risco elevou os juros de captação e ampliou as dificuldades em rolar a dívida.
Portugal divulgou esta semana que vai solicitar ajuda da União Européia, meses depois da Grécia.
Um olhar mais atento me faz perguntar se o preço pago da elevação dos juros faz sentido. Afinal, quais as causas do crescimento dos preços na Europa? Estão eles relacionados com excesso de demanda? Ou, em economias abertas o crescimento dos preços responde a variações nestes mesmos preços no mercado mundial? Pois, se a inflação resulta de choques externos e de choques de oferta, qual o significado da elevação de juros? Não haveria meios alternativos de conduzir a política monetária na União Européia?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A difícil escolha de juros do BCE

Escrevi poucas linhas hoje sobre a decisão do BCE de amanhã. Veja no blog www.cristinahelenapintodemello.blogspot.com

terça-feira, 5 de abril de 2011

Calendário previsto para Frankfurt

08/01/2012 - Saída de São Paulo para Frankfurt 09/01/2012 - Chegada em Frankfurt; Transfer em ônibus privado do aeroporto para o hotel em Frankfurt; Tour a pé no centro da Cidade e Tempo livre pra explorar a cidade; Jantar de boas vindas. 10/01/2011 - Café da manhã no hotel em Frankfurt; transporte público durante o dia; Visita ao Deutsche Bundesbank e ao seu Museu do Dinheiro pela manhã; Almoço livre; Visita com apresentação à Associação Alemã de Economistas (www.bdvb.de) ou ao Club for Social Politicis (www.socialpolitik.org) 11/01/2011 - Café da manhã no hotel em Frankfurt; transporte público durante o dia; Visita ao Banco Central Europeu ( www.ecb.int) ; Almoço livre; Visita à Bolsa de Valores Alemã na parte da tarde; Transfer em ônibus privado para Heidelberg; Check In; Entrega de passe para transporte público para os dias em Heidelberg.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Alemanha - Primeira Etapa da Viagem


A Alemanha foi o segundo maior país exportador do mundo em 2009 e 2010. Apesar do excelente desempenho econômico em 2010 o país foi fortemente atingido pela queda da demanda mundial durante a crise econômica mundial em 2008-2009. Em 2010, a economia Alemã cresceu 3,6¨%, depois de uma queda de 5% em 2009. O país possui uma infra-estrutura bem desenvolvida e, apesar das dificuldades de um mercado de trabalho rígido, consegue ser competitiva. As exportações respondiam por 58% do PIB antes da crise, passando para 38,5% em 2010. A elevada dependência das exportações tornou a Alemanha especialmente vulnerável à crise em 2008. A China é responsável pelo crescimento recente das exportações Alemãs, com fortes encomendas de máquinas e equipamentos . Atualmente o resultado em conta corrente é de 6,1 % do PIB com previsão de queda para 2011. “A Alemanha é um membro da União Européia e da união aduaneira. Como tal, as políticas de comércio para toda a União Europeia são definidas pela Comissão Europeia em que cada país pode exercer as suas preferências comerciais, mas a UE como um todo apresenta uma política comercial única e global. Apesar de sucessivas rodadas do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) e a Organização Mundial do Comércio (OMC) derrubaram quase todas as barreiras tarifárias e não tarifárias na UE, ainda existem alguns setores que permanecem fortemente protegidos, principalmente na agricultura. Houve um aumento significativo nos acordos comerciais preferenciais da UE (PTAs) desde o final dos anos 1990 e sobretudo com a dificuldade das negociações comerciais multilaterais na OMC. “ (Euromonitor, 04/04/2011) Em 2008, a Alemanha fez uma reforma fiscal com o objetivo de reduzir encargos tributários . Como resultado, princípios como o da neutralidade e equidade tributária foram atingidos. Além disso, o tempo gasto para preparar, registrar e pagar impostos caiu significativamente. A competitividade Alemã se explica em parte em função de seu mercado de trabalho. A mão de obra alemã é relativamente barata quando comparada com países vizinhos. Além disso, não há salário mínimo obrigatório no país. No entanto, os salários mínimos são freqüentemente negociados através de acordos coletivos de trabalho nos diferentes setores e variam entre 6,5 € (9,3 dólares EUA) para € 12,9 (EUA $ 18,4), dependendo do setor. (Euromonitor) Os pacotes de ajuda aprovados pelo governo Alemão para amenizar os efeitos da crise, ampliaram a dívida do país para 75,1% do PIB em 2010. Apesar da dívida, a Alemanha está preocupada com o crescimento dos preços e com o controle rígido da política monetária. A contenção do valor do euro resulta em grande parte do rigor alemão frente ás crescentes pressões de países como Espanha, Italia, Portugal, Irlanda e Grécia.

domingo, 3 de abril de 2011

Negócios com a Economia Européia

O Brasil exportou em 2010 aproximadamente 43 bilhões de dólares em mercadorias ( de um total de 201 bilhões) para a União Européia. As importações somaram 39 ( de um total de importações de 181,5 bilhões), resultando em um saldo comercial positivo de 4 bilhões Como o total do saldo comercial em 2010 foi em torno de 20 bilhões, podemos dizer que o resultado das negociações com a União Européia contribuiram 20% deste total. Juntos, os países europeus compraram mais produtos brasileiros que a China! É para entender essa "Economia", seus determinantes, players e foruns de decisão que vamos em janeiro à Europa!

First Steps

Nesta semana definimos o conteúdo do Curso de Verão sobre Economia Européia, especialmente desenhado para os alunos da FEA/PUC-SP. Devemos chegar em Frankfurt na segunda semana de janeiro. Passaremos por Luxemburgo, Edimburgo e Paris. Entre as Instituições que iremos visitar estão o Banco Central Europeu, a OCDE, a OTAN, o Parlamento Europeu, a Eurostat e outros. Visitaremos também cinco empresas. No total, serão vinte dias de viagem! A primeira aula será em Frankfurt sobre as Perspectivas da Economia Europeia para 2020. A última será na Scienses Po. Ainda estamos confirmando datas e nomes de professores. Todo o conteúdo será ministrado em inglês. Enquanto isso, enviem suas sugestões e dúvidas!!!!

Este blog

Este blog foi criado para que vocês possam acompanhar o desenvolvimento deste curso. Por enquanto, estamos na fase do projeto. Acompanhe aqui as diversas etapas: confecção do curso, processo seletivo e execução!